O Presidente da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Cripton Valá, foi um dos oradores da décima quinta edição do Economic Briefing, promovido pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), realizada no dia 22 de Fevereiro do ano corrente, em Maputo. Valá afirmou, na sua alocução, que políticas monetárias restritivas continuaram a condicionar o crédito à economia, num contexto em que taxas de juro elevadas tornam o crédito caro para o sector empresarial, sublinhando que o mercado de capitais pode ser parte da solução para o problema.
O Presidente da BVM, que se debruçou sobre “As Dinâmicas do Mercado Bolsista no IV Trimestre e Balanço Anual de 2023”, não deixou de destacar, pela positiva, o facto de, nos princípios deste ano, o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique ter baixado a taxa MIMO para 16.5%, “o que abre boas perspectivas para o país, em geral, e para o sector empresarial, em particular”.
Valá disse ainda que se registou, no quarto trimestre de 2023, uma evolução dos principais indicadores bolsistas, onde se destacam o volume de negócios, a capitalização bolsista e o índice de liquidez, que registaram um crescimento assinável.
No que se refere a empresas cotadas, o ano de 2023 ficou marcado pela admissão à cotação de quatro empresas – Weiyue, Zaya Group, Trassus e RGS Agro – além da situação paradigmática da empresa Rede Viária de Moçambique (REVIMO), que foi a primeira a transitar do Terceiro Mercado para o Mercado de Cotações Oficiais, conforme destacou o PCA da BVM.
As empresas do sector financeiro continuam a ser as que mais recorrem ao financiamento por via do mercado bolsista, “talvez por serem as que melhor dominam o funcionamento” do mercado de capitais, mas outras empresas também podem mover-se nessa direcção.
Valá disse acreditar que a incubadora de empresas lançada pela CTA pode contribuir para a expansão das empresas que se financiam através do mercado de capitais. Aliás, é por este e outros factores que a BVM prevê que o número de empresas cotadas na BVM suba para 30 até finais de 2028, ou seja, nos próximos quatro anos.
“Em síntese, o crescimento económico de Moçambique possui boas perspectivas, mas ainda está abaixo do seu potencial”, frisou Valá.
Na ocasião, o presidente da CTA, Agostinho Vuma, revelou que a tendência do Índice de Robustez Empresarial (IRE) do quarto trimestre de 2023 foi de ligeira melhoria em 1 ponto percentual, tendo-se fixado em 30%, contra 29% do trimestre anterior. “Quanto ao ambiente macroeconómico, a CTA explica que “melhorou, consubstanciando-se na subida do respectivo índice macroeconómico, de 42% do terceiro trimestre de 2023 para 47% do quarto trimestre do mesmo ano. Esta melhoria reflecte a redução da taxa de inflação e o prosseguimento da estabilidade cambial”. De referir que a cerimónia de abertura do Economic Briefing, no qual foi apresentado o Índice de Robustez Empresarial Nacional, foi presidida pelo Secretário Permanente do Ministério da Economia e Finanças (MEF), Domingos Lambo, em representação do Ministro da Economia e Finanças, Ernesto Max Tonela.